Thaís Nascimento

Psicoterapia de Casal.

 

Antes de abordar a terapia de casal, cabe dizer que o relacionamento do casal constitui um eixo ao redor do qual se formam as demais relações no contexto familiar. Um casal que cultive o amor, a cumplicidade, a boa comunicação, a abertura para a mudança, o espaço para a negociação e a habilidade na solução de conflitos parece ter a base para a manutenção de uma sólida relação e a estrutura para a construção de uma família equilibriada. No entanto, como em todo relacionamento interpessoal, a convivência do casal pode tornar-se difícil ou até mesmo insustentável. Problemas conjugais estão entre os principais agentes de estresse, depressão e ansiedade. Problemas sexuais, falta de confiança, falta de comunicação, brigas constantes, agressão verbal e física constituem sinais de que a relação do casal não está bem.

Situações de crise na relação, explosões de raiva e violência e um dos cônjuges, infidelidade, descompasso na vida sexual. vontade de romper o relacionamento contra a vontade do outro são alguns dos motivos pelos quais as pessoas procuram a terapia de casal.

Na busca da estabilidade na relação conjugal, alguns elementos são essenciais: – a discussão aberta quanto às aspirações dos cônjuges quanto à vida profissional, financeira, conjugal e familiar, a repactuação dos objetivos e interesses comuns do casal, o desenvolvimento de tolerância às diferenças, respeito à individualidade.

O principal objetivo da terapia de casal é favorecer o desenvolvimento de comportamentos que conduzam a um melhor relacionamento interpessoal entre duas pessoas. Para tanto, o psicólogo que atende casais auxilia a entender a história individual e familiar dos cônjuges e a história do relacionamento conjugal. A partir do conhecimento das preferências, dos desejos, dos sonhos e das necessidades individuais e do casal, podem ser traçados objetivos comuns para os parceiros, que irão se engajar de forma mais satisfatória no relacionamento.

O relacionamento entre casais e entre membros de uma família tendem a desenvolver padrões rígidos, os quais muitas vezes trazem conseqüências indesejáveis (que se expressam de inúmeras formas). Neste caso a psicoterapia visa facilitar com que os membros do casal ou família ampliem suas consciências em relação a essas estruturas, o que gera naturalmente uma descristalização, facilitando com que os distúrbios ligados a estrutura familiar possam ser superados.

Nesta consulta poderão ser efectuadas intervenções de casal, numa abordagem sistémica.
Situações de divórcio, separação, conflitos de parentalidade, de conjugalidade ou outros, poderão ser abordados e resolvidos. Complementarmente a esta consulta possuimos terapeutas com formação em mediação familiar para situações específicas (ver consulta de mediação familiar).
É fundamental que ambos os elementos do casal reconheçam a necessidade de efectuarem mudanças e que estejam disponíveis para o fazer.
Numa primeira fase, o psicoterapeuta identifica os problemas do casal e a (s) sua (s) origem (s), de modo a avaliar a viabilidade da terapia de casal e propor o método de tratamento mais adequado à situação do casal.
Nem sempre a terapia de casal é o método mais indicado para ajudar casais com dificuldades de relacionamento. Por vezes, torna-se necessário que um ou ambos os elementos do casal resolvam problemas individuais que podem interferir com a relação de casal.
Após a fase de avaliação, marcam-se sessões regulares, nas quais ambos os elementos do casal expressam as suas dificuldades, emoções e pontos de vista relativamente à relação. O psicoterapeuta intervém (com interpretações, reformulações, confronto, etc.), de modo a ajudar o casal a tomar consciência do que está a interferir negativamente no seu relacionamento, facilitando a comunicação e a aproximação entre o casal.
O foco da intervenção é a relação de casal, pelo que não é de esperar mudanças na personalidade de um ou ambos os elementos do casal através deste tipo de terapia.
É muito importante que o casal procure ajuda o mais precocemente possível, antes de chegar a uma situação de ruptura, que nem sempre pode ser revertida.
O deixar evoluir dos problemas, esperando que estes melhorem com o tempo, leva, frequentemente, à degradação progressiva e à destruição da relação.